sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

é hora de dizer tchau.

Querido leitor,

É com o coração em carnaval que lhes comunico que este endereço será desativado em breve. Sim, estou feliz. Porque no lugar dele, um novo se apresenta, lindo, com a minha cara (literalmente!) e cheio de promessas.
Vai lá, curte lá, me segue lá! E sempre, sempre deixe sua opinião. Aos poucos vou passando os textos que aqui estão para lá porque sou, vocês sabem, uma pessoa assumidamente nostálgica. E novos estão na área, fresquinhos e com muito mais personalidade.

www.danielaricotta.com.br 

até a próxima aba do seu navegador!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Conversa de salão

Conversa de salão é um troço tão curioso que andou virando até tema de programa de tv. Ironia das ironias, ouvi um diálogo sensacional enquanto me embelezava para apadrinhar, pela sétima vez, o casamento de um casal muito querido. Já na vibe casamenteira que nos tira o pé do chão e nos faz cair em lágrimas no altar vendo as juras de amor, estava particulamente emocionada quando resolvi prestar atenção na conversa da cadeira ao lado. Uma mulher, algo em torno dos 50, com bob nos cabelos urgia à colega ao lado, fatalmente mais nova:
-E foi aí que eu pensei: vou levar um café da manhã na cama para ele, faz anos que não faço isso.
-É importante manter o carinho no relacionamento - complementava à inocência a mocinha, tentando mostrar experiência.
-Não, querida, aí é que está. Eu pensei em levar o café e logo cai na real. A gente não pode alimentar esse tipo de comodismo. O homem vira logo mau marido e mulher nenhuma resiste à mau marido. Dei-lhe logo três tapas na perna falando: levanta que já são 6hs! Vai fazer tua torrada que eu tô cheia de louça para lavar.

Voltei a real, que maldade. Bem na hora em que eu estava me lembrando de como é fofa a auto ilusão.

Imaginei esse cara acordando, já puto da vida, olhando para ela com ódio e pensando: casei com uma péssima mulher e homem nenhum resiste a uma péssima mulher.

Dá para perceber o ciclo, não dá? Como um café na cama pode contribuir para uma nova perspectiva sobre o outro. O olhar é, de fato, tudo.

Mia e Thiago, queridos amigos e, agora afilhados. O casamento de vocês foi um sonho, realmente bonito. Que a realidade de vocês saiba equilibrar o romance e que vocês não precisem se auto controlar em gestos espontâneos de carinho. Fiquei com pena da mulher de bob no cabelo mas confesso que a consigo entender. A preocupação em dar mais do que se recebe muitas vezes dita as nossas ações e mata, de verdade, nosso conceito de romantismo. A gente fica seco e incrédulo e se sente infeliz por não viver o amor que choramos nos casamentos dos outros. Esse mesmo amor, que se escondeu nesta bandeja de café da manhã e que a gente não sabe aonde foi parar. Passamos a invejar as probabilidades do outro e esquecemos de trabalhar pela nossa.



"O meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria" canta o hino dos Paralamas e não é a toa que essa música sempre fez tanto sucesso (e continua fazendo!). Todo mundo acha que estar ao lado de alguém basta e espera que o outro se baste com isso também. Eu não acredito em resultado sem dedicação. No pain no gain.

Uma semana de muita dedicação a todos.


sábado, 28 de janeiro de 2012

Da transpiração

Há tempos já perdi as contas de quantos e-mails já recebi na minha caixa postal cujo tema era alguma corrente para ganhar dinheiro de forma milagrosa. Ontem, bam!, de novo. Você poderia me dizer que preciso ativar meu antivírus, que provavelmente é um spam que esconde um desses virus com nomes mitológicos, mas não, a fonte é segura, os benditos sempre vem de pessoas conhecidas que, para aumentar meu pavor, ainda colocam frases como "não custa tentar" ou "vai que esse é verdade" antes do texto que te manda importunar mais 10 pessoas com a simpatia. Se já tenho dificuldade em acreditar em movimentações sobrenaturais fora da web imagina dentro dela! Conseguem conceber uma cifra mágica circulando pelos nossos e-mails, calculando se você copiou todos as pessoas necessárias para ser contemplada com a quantia financeira prometida na mensagem? Claro, além disso ainda existe a punição para quem não repassa e, como eu, debocha da magia alheia: viverás na pobreza para toda a eternidade. 

Todo mundo concorda que a internet, como toda fonte de informação (ainda que em proporções gigantescas) está suscetível a todo tipo de asneira que a mente humana pode criar. O assustador não é estar lá mas o nível da ingenuidade das pessoas que continuam esperando uma solução mágica para resolver todos os seus problemas e os compartilham com todos os seus contatos. O e-mail que promete fortuna é apenas um dos milhares de momentos que nos entregam, que revelam cada milímetro de fragilidade e de cansaço que nos compõe. Quantas pessoas você conhece que, ao serem perguntadas sobre o que fariam se ganhassem na megasena, respondem, quase que por reflexo, que pediriam demissão? Viajar o mundo, morar na Vieira Souto, comprar um iate ou ter uma mansão em Angra, todos sonhos válidos, mas o que aconteceu com as pessoas que amam o que fazem da vida? Todos os empregos estão assim, tão miseráveis?

O mesmo se aplica ao que se espera sobre os relacionamentos. As pessoas insistem em se decepcionar porque insistem em esperar que alguém apareça na sua vida e lhe resolva todos os problemas. Daí a minha definição de que a decepção é, de fato e de novo, uma insistência nossa e não um mero acaso do destino. Relacionamentos são difíceis como o seu trabalho é difícil, como criar um filho é difícil, como lidar com sua vizinha barulhenta é difícil. Todos em suas devidas proporções mas todos pequenos desafios que devem diariamente ser colocados na balança. O que acontece no caso específico dos relacionamentos amorosos é que se pode abdicar dele com a desculpa de que não é aquilo que você esperava para a sua vida. Pode acontecer, claro! Nem de longe afirmaria que as pessoas precisam insistir em relacionamentos que consideram falidos. Só acredito, de verdade, que as pessoas decretam suas falências emocionais muito antes das coisas entrarem efetivamente no vermelho. Imagina se seu filho começa a te dar trabalho, muito trabalho, e você vira para ele e fala: "Filho, não era isso que eu imaginava quando resolvi ser mãe. Eu queria uma criança fofa, loirinha e estudiosa. Não pedi uma com DDA. Não sei lidar com isso, então, me desculpe, mas eu não sirvo mais para te criar". Faz sentido, não faz?

O foco aqui é o sentimento que rege tudo o que você se propõe a fazer. Enquanto eu amar o meu trabalho os problemas que ele me gerar vão, no máximo me tirar uma semana de dúvida. Mais do que isso só mostra que  você só quer mesmo é se sustentar com o que faz e isso torna você um forte candidato ao compartilhamento de correntes absurdas.

Desculpa, mas ninguém vai vir segurar a tua barra. Nenhum chefe vai te dar um aumento por achar justo, nenhum homem cheira a empório armani 24hs por dia. O dinheiro não vai cair do céu, você precisa ir buscá-lo, da mesma forma que você não vai gerar um filho sem fazer sexo regularmente e sem entender que sua vida, sim, vai deixar de te pertencer depois disso. Você, sinto muito, é o único e exclusivo responsável pelo rumo que a sua vida toma. Esperar por mágica é uma escolha fadada ao fracasso e, na minha humilde opinião, torna a sua existência uma série de sucessivas decepções.

Alguém já disse que o sucesso é 1% inspiração e 99% transpiração. Odeio soar piegas mas vamos aderir ao clichê, botar o pezinho bem firme no chão e correr atrás do que faz a gente feliz, ok?

Que você tenha uma semana cheia de lucidez.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

José e Pilar

Não, não é novo mas nem por isso é menos tocante. Quem viu o documentário sobre um pedaço da vida de Saramago e sua mulher, Pilar, sabe do que estou falando. Fui ver ainda grávida, com uma grande amiga, faz pouco mais de 1 ano. Dia de semana, cinema alternativo, quase ninguém na sala. Por isso mesmo deu, claramente para escutar todas as vezes em que nos emocionávamos, riamos ou suspirávamos. E foram várias vezes, isso eu e todas as 4 pessoas na sala podem garantir.

Me lembro de ter saído de lá com uma sensação muito gostosa, uma cumplicidade bonitinha que quase remetia à infância, com um forte sentimento de pé descalço para chinelo velho. Eu, que de romântica tenho quase nada, sempre busquei para a minha vida algo que me desse paz para contrabalancear meu temperamento agitado. Relacionamento é cumplicidade, é olhar para a mesma direção, é simbiose de alma. Não é ser igual nem abaixar a cabeça, nem deixar quem se é e o que se deseja para si em um buraco negro da existência. Saramago e Pilar, coisa fofa de casal, eram mais ou menos assim: ele, cândido senhor, ela apaixonada mulher. Ele, calmo e convicto. Ela, agitada e mais convicta ainda. Viveram felizes e cuidaram um do outro. Enquanto puderam.
Não sei da onde vem essa força que atrai as pessoas. Sinto inveja dos religiosos que creem em vidas passadas, e ligações cármicas que atravessam a morte e todas as nossas supostas vidas. Para mim, que de crédula tenho quase nada, resta a ignorância intelectual sobre o que se sente. Amo você porque amo, ora bolas! Ainda bem que me contento com, ao menos, essa dúvida.

domingo, 22 de janeiro de 2012

A cumplicidade da Rosa

Foi rodando atrás de um presente de aniversário para uma grande amiga que me deparei com o novo livro da Rosa Montero na prateleira. Achar um bom livro, daqueles que você tem vontade de abrir na livraria mesmo e não parar de ler, é uma das raridades que mais me deixa feliz quando esbarro. Me lembro bem da primeira vez que isso aconteceu, foi na escola, lendo "Olga", do Fernando Morais. Minha primeira compulsão literária, mesmo com os olhos pesados de sono ficava me repetindo "Só mais um capítulo, só até acabar esta dezena..." E em apenas dois dias finalizei o danado entre lágrimas. Tirei 10 nesta prova (professor Igor, de literatura, como eu amava esta aula!) e foi tão fácil que ali mesmo comecei a desenhar na minha cabeça que talvez aquele fosse um caminho bacana para seguir como profissão. Minha obsessão por biografias também começou nesta livro e até hoje corro atrás de tudo o que o Fernando escreve. Grande parcela por gratidão (eu ainda não li o último - "Os últimos soldados da guerra fria" - por um momento de distanciamento com o momento histórico que ele narra, mas corrigirei esta grave falha tão logo isto passe e darei notícias).

Com a Rosa aconteceu algo parecido. Esta mesma amiga que presenteei foi quem me apresentou a ela com o titulo "A Louca da Casa" há uns 6 anos atrás. De longe, uma das combinações livro-momentodevida mais especiais da minha vida. Li em um final de semana e chorei de novo, não pelo nível sentimental da história - que para mim é zero - mas, simplesmente, por ter acabado. Queria mais, queria ligar para ela se pudesse, queria agradecer por ter perdido meses (anos?!) da sua vida se dedicando a entender a criatividade. Top 5, começou a disputar lugar com Clarice (Lispector) e Simone (Beauvoir). Sem mais, calo-me. Ela é foda.

E foi sob este presságio de novos e bons tempos para 2012 que fui agraciada com "Instruções para salvar o mundo" no dia 05 de janeiro na livraria em frente ao São Luíz, no Largo do Machado. Mais felizarda ainda fui eu, ao entregar meu presente na memorável noite no karaokê da feira de São Cristóvão, quando percebi que minha querida amiga sequer sabia da existência do novo livro. Vi os olhinhos dela brilharem, que delícia!, como o vendedor da livraria deve ter visto os meus. As palavras foram "Vou devorar!" e tudo fez sentido rapidamente.

Quem explica essa relação estranha entre a pessoa e o objeto amado? Como justificar a cumplicidade dos poucos que conseguem ser tocados da mesma forma por alguma forma alheia a nós?
Se você, que me lê, não me entende, transfira e tudo vai ficar mais claro. O que você ama ou, como diria a headline do Pão de Açúcar, o que faz você feliz? O mundo se divide em grupos de pessoas que compartilham gostos parecidos e achá-las deixa nossa vida mais doce.

Um boa semana para todos com um secreto desejo de cumplicidade embutido.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Manual de sobrevivência no Rio de Janeiro

Manual de sobrevivência no Rio de Janeiro (ou em qualquer cidade grande onde sair de casa e voltar inteiro é a maior tacada de sorte que você pode dar na sua vida)

_Seja urbana com a alma. É a única forma que você tem de sobreviver sem uma crise de pânico.

_Nunca use jóias ou qualquer coisa que imite jóias, esses troços que estão super na moda e brilham mais que diamante. Vai na Monte Carlo, na promoção vitálicia de 80% de desconto deles (o que que é aquilo?!) e você vai achar um montão a preço de banana.

_Ande sempre, sempre, pelo meio da rua. É mais fácil se recuperar de um atropelamento do que de um cartão do banco roubado ou de um chip clonado.

_Nunca ande em becos, cantos de ruas e caminhos desconhecidos. Google maps também serve para isso.

_Tenha sempre o dinheirinho do pivete no bolso da frente da calça. É mais rápido e seguro e eles geralmente estão dispostos a negociar tudo por "dez real".

_Olho de águia, sempre 2 quilômetros a frente, olho de sapo, 360º, 2km para cada direção. Se vai entrar em uma rua mal iluminada, aguarde atentamente companhia. O esquema é simples: tá vendo um poste piscando a sua frente, olhe ao redor. Se existir um grupo de pessoas mais adiante, dê uma corridinha de leve e junte neles discretamente. Ninguém à frente? Repare na retaguarda. Se alguém estiver a caminho, segure o passo, amarre o sapato, finja que esqueceu algo e dê um leve retorno. Quanto mais gente perto, menos você chama a atenção. Se ficar muito envergonhado de se juntar a um grupo de pessoas desconhecidas, peça uma informação qualquer. Não precisa pagar de maluca na rua se isso for te fazer sofrer.

_Por último, mas não menos importante, saiba se disfarçar. Sabe, sou uma mulher executiva e preciso ir trabalhar de acordo com minha realidade. Mas vocês sabem, quanto mais a gente parece rica (mesmo que seu cordão de pérolas seja proveniente da barraca de 20 pratas da feirinha da saens pena) mais os amiguinhos acham que tem ouro na nossa bolsa cheia de tranqueira. Mas não, não podemos perder a compostura, então a dica é simples: uma terceira peça poderosa e um salto imponente podem, sozinhos, compor um visual despojado/chic, super na moda e "bilia" como dizem minhas colegas de trabalho chiquérrimas. Então simplifique: um belo jeans e uma camisa básica vão resolver sua vida todos os dias. No trabalho, de blazer e salto alto. Na volta para casa, ambos dentro da bolsa reciclável, super sustentável que certamente você tem com a logo do seu supermercado. Jeans e camiseta não servem para os colegas. De pobre já bastam eles. Ah, claro, o problema da sua bolsa. É o item de disfarce número 2. Providencie mais uma bolsa sustentável, daquelas de paninho, que se dobram inteira e ficam micro dentro da bolsa. Na hora de sair do batente, amiga que rala, sua bolsa louis vitton irá direto para dentro de uma estampa de uma árvore ecológica linda de morrer.

Siga para casa. respire.

O Rio vale a pena. Eu acredito.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Meu buraco é mais em cima

Eu pediria desculpas se não tivesse a absoluta certeza de que sou a pessoa que mais sofro. Tá bom, eu vou pedir desculpas, mesmo sem saber se alguma pessoa entrou aqui nos últimos dias buscando uma nova postagem e não encontrou. Eu finjo que fiz vocês sofrerem e me sentirei importante (embora culpada), vocês serão complacentes com a minha louca rotina e se sentirão acolhedores. E todos ficaremos felizes.


Até porque hoje eu vou escrever para você, leitora, que não tem tempo para nada. Que está em casa pensando no trabalho e no trabalho lembrando do que ficou para trás em casa. Que tem um milhão de projetos e que não tira nenhum do papel. Que gela quando a luz vermelha do blackberry acende ou quando alguém da escola do seu filho liga no meio da tarde para o seu trabalho. Sim, leitora amada, acabou a laranja lima! Acredite, mas o seu filho começou a vomitar na manhã do dia em que trocaram o seu chefe e você tinha uma reunião com ele. Ah, olhe bem sua agenda, não era só isso! Você também tinha uma consulta na dermatologista marcada há dois meses, esqueceu de novo do aniversário da sua comadre e deu férias para o seu assistente. Não se esqueça que sua babá precisa trocar o canal do dente e que seu marido marcou um choppinho hoje a noite para desestressar. Não deixe de ligar para a sua mãe e dar uma checada no negativo do banco. O boleto da escola não chegou e vai ter que ligar para lá e verificar o que aconteceu.

Eu juro que não sou diferente em absolutamente nada do que qualquer uma de vocês. Também quero ficar bonita e vivo de dieta. Amo meus filhos mais que tudo e me esforço para que meu casamento seja sempre um motivo de alegria e satisfação. Gosto de cuidar da minha casa e da minha família e tenho objetivos nada humildes na minha vida profissional. Também quero dar atenção aos meus pais e não esquecer da minha vida social. E muito menos da minha saúde, claro. Reciclo lixo, faço análise, aprendi a cozinhar e tenho uma lista completa de tudo o que acho que está errado em mim. Quero mudar, fazer e acontecer. E nada será entregue sem o meu selo de qualidade.

De novo, igualzinha a você.

Eu não tenho nenhuma fórmula secreta para ser ser feliz no meio de tantos "to do's" mas, fato, descobri que é preciso deslocar algumas dessas funções para a coluna dos "not to do's". O que vai ser é que é o mais difícil, nunca encontrei nenhuma mulher que fosse 100% tranquila em não fazer alguma tarefa que julgue ser sua. E como sempre achamos que todas as tarefas são nossas, a conta acaba não fechando. Maldito instinto maternal, praguejemos nosso excesso de responsabilidade! Mania insuportável de querer carregar o mundo (e todos os homens!) nas costas.

O pior não é isso. O que pesa é a culpa. A culpa de fazer mal feito, a culpa de não fazer, a culpa de transferir, a culpa de negar.

Novamente, igualzinha a você.

Se consola, e se pudesse de fato dar um conselho para ser feliz no meio disso tudo (até porque me considero uma mulher extremamente feliz), diria que o caminho, a luz do túnel, os pirilampos do campari e o pirulito que acende da vida das mulheres está na força. Não, não nessa. Na força de nos obrigar (eu disse OBRIGAR) a sempre fazer coisas apenas para você. O que você ama fazer sozinha? Eu não vivo sem meus livros, meus filmes, meus cadernos e minhas canetas. Preciso escrever, preciso. Preciso. Amo minha taça gigante de vinho e não vivo sem um bom café. E tenho mania de mãos. As lavo 20 vezes por dia e passo hidratante toda hora para deixá-las cheirosas.

Encontre tempo, ache, cave, crie. Você é capaz de fazer tanta coisa que isso vai ser fichinha. A grande verdade e, por isso mesmo, a mais difícil de encarar, é que a gente só não faz algo que não quer.

Porque as mulheres vão dominar o mundo, é só olhar em volta. Faça isso agora mesmo: olhe seu escritório, dê uma volta na rua, vá a algum banco e repare melhor na escola do seu filho. Porque alguém ainda contrataria uma mulher mesmo sabendo que nossa vida é, invariavelmente, enlouquecedora? Porque a gente surta mas não perde a compostura e, puta que o pariu (tem horas que só palavrão cabe) a gente dá conta.

A que preço conto daqui a alguns anos. Por enquanto, sigo minha deusa de cabelos cor de fogo, e acredito que sou mesmo mais macho que muito homem.



Acordem cheias de marra amanhã, meninas. Boa noite.

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"No meio do caminho tinha uma pedra... tinha uma pedra no meio do caminho"